Hoje vamos falar de:
LIVRO: Uma Boa Garota
Escrito por - Nathália Oliveira.

Pietra Rossi está apaixonada pelo pai de sua melhor amiga. O homem é lindo, perfeito, chefe de cozinha, gente boa, mas só tem um defeito: vê-la como uma criança.
Durante as férias de verão, Pietra decide finalmente conquistar o coração de Gael. A única coisa que ela não esperava era que Bernardo Adler, filho de Gael, seu arqui-inimigo nos tempos da escola, o nerd mais irritante que já conheceu, descobrisse suas intenções.
Juntos, eles fazem um combinado: Bernardo a ajudaria a conquistar Gael, enquanto ela o ajudaria a conquistar a professora por quem ele está apaixonado e assim, quem sabe, deixar de ser virgem.
Seria o plano perfeito, se Pietra não descobrisse que o filho do cara que ela gosta, é muito mais interessante que o pai.
"Boas garotas fazem exatamente o contrário de tudo o que fiz a minha vida inteira.
Mas quando Bernardo falou que eu era, por um momento, eu acreditei."
- LIVRO ÚNICO

Algumas observações:
Eu tenho tantas observações sobre esse livro que eu comecei nem conseguindo escolher que foto usar para ele, eu quero dar tanto destaque a ele quanto ele merece e por isso usei as três opções rsrsrs
Claro que o livro é para ser leve e descontraÃdo, achei que ia ser um ótimo clichê e só, mas não achei que me surpreenderia tanto e que seria extraordinário de tantas formas, a que menos me chamaria a atenção seria o clichê invertido.
Bem vou explicar isso e não é que o clichê não seja legal, pois é, mas tem algo que me chamou mais atenção e vou explicar para vocês.

Agora sim, Minha opinião:
E começando nesse contexto sensacional temos, Bernardo Adler, é um nerd de carteirinha, está se formando em Engenharia Aeroespacial, meigo, tÃmido, esperto, dedicado, quieto, amoroso, lindo, ama filmes de ficção e dinossauros, velejar e jogar tênis.
Tem pouca interação com pessoas tirando sua irmã Pérola e seu pai Gael, pois tem muita vergonha de se comunicar, ele já passou por muita coisa entre elas foi abandonado pela mãe quando ainda era bebe, e perdeu seu melhor amigo que faleceu muito jovem, diante desses acontecimentos Bernardo resolveu que sem ser notado era melhor..

“Tudo que mais quis durante anos da minha vida foi ser igual aos garotos da minha idade. Eu gostaria de ir a festas, ficar com garotas, ter amigos. E nunca consegui ser nada disso. Continuava o idiota viciado em FÃsica, cálculos e dinossauros. Eu sou patético.”
Por outro lado, temos Pietra Rossi, o oposto de Bernardo, ela é formada em Jornalismo, mas trabalha com produção de podcast, o que não podia ser mais atual né? Ela é simplesmente a pessoa mais original e direta que vocês vão conhecer, além claro de Batalhadora, focada, destemida, sarcástica, determinada, esperta, que não leva desaforo e não abaixa a cabeça, mas claro insegura e super confusa quando o assunto é ela.

“Há, sim, muito amor dentro de você. Você só precisa acreditar que é merecedora disso.”
Pietra se dedica a quem ama, tanto que à s vezes até se perde, tem o coração maior que tudo, é uma ótima neta, amiga e profissional, mas é claro as pessoas conhecem ela e a julgam por ser desapegada, a que pega todos mas não se apega, ou a sem juÃzo, a que apronta todas e que não mede esforços para fazer coisa errada ou se divertir.
Ela foi abandonada pelo pai que mantinha uma péssima relação com ela e a mãe, um relacionamento tóxico que deixou marca nas duas, e ainda enquanto era nova acabou perdendo a mãe que faleceu, deixando ela no sistema, até a avó ir buscá-la.
"Fui condicionada por anos dentro da casa dos meus pais a acreditar que amor era sofrimento. Amor era uma prisão, uma tortura. Algo que doÃa, que destruÃa e matava.”
Quando ela era nova conheceu Pérola que se tornou sua melhor amiga. A famÃlia de Pérola e sua avó eram as referências que ela tinha de amor, então quando ela descobre que está apaixonada pelo pai da sua melhor amiga, ela escolhe guardar isso para ela e não correr o risco de perder tudo que ela tem.
“Ela era humana. E humanos quase sempre eram falhos.”

E sim Pietra é doida e sem juÃzo em vários momentos, acostumada a lutar e normalmente conseguir tudo que almeja, então ela vê o não do Gael, como mais um desafio, e ela fica totalmente focada nisso. Até Bernardo entrar no jogo.
“Perder uma batalha não vai fazer com que eu me renda. Pietra Rossi não nasceu para perder e Gael não perdia por esperar o que estava por vir.”
Olha eu não queria focar muito no romance durante essa resenha, por que sim ele é sensacional e me tirou todas as emoções que vocês podem imaginar, eu ri, gargalhei, fiquei com raiva, aflita, brava, irritada, apreensiva, chocada e mega triste, mas acho que isso vocês vão poder conferir.

“Então eu malhava. Porque triste sim, gostosa, também.”
O que eu quero exaltar deste livro além das tiradas sempre sensacionais, das referências incrÃveis e da forma como Pietra faz questão de chamar o Bernardo com os nomes de todos os gênios conhecidos rsrsrs.
“E, principalmente, para não demonstrar para Bernardo o quanto gostava de estar perto dele. Sim, Bernardo. O nerd intragável. O gênio irritante. O garoto que, literalmente, me atirou aos tubarões.”
O mais importante é como eu vi que a escrita maravilhosa da Nathália dá um tapa na cara da sociedade sobre a luta e a liberdade feminina (Sabe aquele tapa com luvas de pelica?). É o que eu senti aqui.
“Eu tentava muito ser uma boa garota, mas sabia que não era. Boas garotas não saem com tantos caras quanto eu, bebem tanto ou pensam tanto em si próprias. Boas garotas não mentem, não enganam a quem mais amam. Boas garotas fazem exatamente o contrário de tudo o que fiz a minha vida inteira.
Mas quando Bernardo falou que eu era, por um momento, acreditei.”
E foi essa frase que me destruiu, por que uma mulher ser independente e fazer o que quer tem que ser taxado como “não ser uma boa pessoa” ou por coisas ainda piores, aposto que você já ouviu isso, alguém julgando ou sendo julgada, ou pior já julgou alguém assim, pelos seus atos e atitudes que “podemos ver”, e acho isso tão incoerente, pregamos e lutamos tanto pela liberdade de expressão, e por igualdade, que na primeira oportunidade estamos caindo nesse assunto e julgando as ações de outras pessoas, ou as nossas mesmo de acordo com esse padrão imposto.
“Eu sempre achei que sua caracterÃstica mais incrÃvel fosse sua beleza, Pietra, até entender que você era bonita de formas que não tinham nada a ver com seu corpo ou seu rosto. Você é bonita quando inclina a cabeça para rir, quando coça sua sobrancelha ao escutar alguém falar alguma besteira. É a criatura mais bonita da vida quando escuta alguém e não é como as outras pessoas que querem falar sobre si mesmas, você se importa com as pessoas. Você é bonita quando está sem maquiagem, quando faz aquelas danças esquisitas no celular, quando experimenta qualquer comida como se fosse a melhor coisa do mundo. Você foi a pessoa mais bonita para mim por ter me enxergado, me acolhido, sido a melhor amiga que nunca tive. Me desculpe por ter falhado quando fui mais necessário para você.”
O Desprezo que a Pietra sofreu nesse livro em vários momentos, e o jeito que ela mesmo não se julga boa para alguém, ou seja não acredita nela para fazer alguém feliz, para mim só reflete todo o abandono que ela passou, mas para as pessoas é ela se vitimando e usando de desculpa para seguir sua vida não pensando nos sentimentos de ninguém.
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“Fazendo você acreditar que é perfeita para mim. E com toda certeza, você nunca foi e nem nunca será só um par de peitos e uma cabeça oca para mim.”
As pessoas não são somente uma coisa, e se forem quem pode julgar? Quem definiu que a pessoa que gosta de se aventurar, viver intensamente, que não tem vergonha principalmente de falar sobre s&x0, que é sarcástica principalmente com sua liberdade e “libertinagem”, e que gosta de viver de forma leve é ruim, ou que a mulher para ser boa tem que manter o padrão “Bela, recatada e do lar”?
“A primeira vez que me senti amada por um homem. A primeira vez que fui eu mesma, sem qualquer artifÃcio para ser interessante. A primeira vez que fui valorizada. A primeira vez que alguém me desafiou e me forçou a ser alguém melhor, a evoluir. A primeira vez que me apaixonei loucamente por alguém.”
Eu não entendo mesmo o que leva uma pessoa a se achar melhor que a outra e se colocar na posição de julgadora. E se for isso que classifica uma pessoa como boa, e não seu caráter, suas ações com os demais, sua fé ou seu coração, eu definitivamente acabei de perceber que não sou uma boa Garota.
Sei que esse é um assunto bem polêmico no qual muita gente vai discordar, e sim você tem total direito de fazer isso. Mas por favor, respeite a opinião e a vida de quem escolhe ser diferente de você, tente pensar em ajudar principalmente antes de julgar, e se puder pergunte antes de criticar. Suas atitudes importam.
E aÃ, vocês já leram esse livro?

Aviso:. Linguagem de cunho adulto. Leia as notas da autora. Recomendado 18+.
E-book, e esta incluso na assinatura do Kindle Unlimited
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